Que bela reflexão Faeza Rezende, jornalista da TV Integração, permita-nos reproduzi-la em nosso blog.

É...não é fácil. Dói. Dói muito. Dói a humilhação. Dói ainda mais acompanhar esse vexame de pertinho. Dói porque é uma paixão. Dói porque sempre foi uma vocação nossa. Dói porque a gente ama, a gente sabe, a gente torceu, a gente queria muito. Dói porque a grama é verde, custou caro (muito caro!) e é nossa. Dói porque a torcida gigante e amarela vem de graça, vem do sangue. Dói ver a esperança morrer. Dói saber que o sonho vai dormir por, pelo menos, mais quatro anos. Dói. Dói muito. E é de chorar mesmo. Mas também de pensar, de refletir...

O Gigante (que diga-se de passagem, se levantou há alguns meses)...já leva outras goleadas "extra campo" dos alemães há muito tempo! Será que pensamos nisso? E sofremos por isso também?

A Alemanha é referência mundial em educação profissionalizante! Ensino obrigatório por lá! Quanta diferença de um país, onde se fecham cursos gratuitos por falta de alunos!

A Alemanha tem o 4º melhor PIB do mundo..."Apenas" 3 posições a frente do Brasil! A renda per capta é quase quatro vezes maior do que a brasileira!

A Alemanha é um país referência em mobilidade urbana! O Brasil tem ônibus e metros? Eles funcionam? E é melhor nem comparar os índices de criminalidade. Isso também dói. Dói muito. Dói porque não é culpa de político A ou B, de hoje ou de ontem. É uma sequência. Dói porque não é possível, nem para o mais otimista dos brasileiros, acreditar que a gente consiga "desforrar" essa goleada de desigualdades até a próxima Copa. Ainda mais se a tentativa for a autodestruição como vimos e estamos vendo depois do jogo. As manifestações, os protestos, a democracia é válida. Mas em um país, onde há tanto por se construir (inclusive a dignidade futebolística), não podemos aceitar essa autodestruição. Não é destruindo que se constrói!

Torci e sofri como a maioria dos brasileiros. Dói. Dói muito. Mas ainda tenho força pra torcer pelas reflexões...e pela construção do meu país.